O Brasil é o 5º país do mundo em número de casos de diabetes: de acordo com o Atlas da Federação Internacional de Diabetes, são aproximadamente 17 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos que possuem a doença, caracterizada pelo alto nível de glicose na corrente sanguínea. Até 2030, a estimativa é que esse número seja maior que 21,5 milhões.
Na pessoa com diabetes, o pâncreas não produz em quantidade suficiente o hormônio chamado insulina, responsável por equilibrar o metabolismo da glicose. Tiara Grossi Rocha é endocrinologista e professora do curso de Medicina da Universidade Vale do Rio Doce e, em entrevista à UNIVALE TV, a médica forneceu orientações sobre diagnóstico e tratamento da doença.
Uma das formas de diagnóstico, apontou Tiara Grossi, é por meio da coleta de sangue em exames laboratoriais. “Ou [o diagnóstico pode ser feito com] a glicemia ao acaso, a pessoa vai a algum local em que há esse trabalho para esse acesso às glicemias capilares, junto com os sintomas que o paciente pode estar apresentando”, comentou a endocrinologista.
A professora avalia que o diabetes é uma doença silenciosa, mas é possível percebê-la. “Quando o paciente apresenta os sintomas, geralmente é um aumento da vontade de fazer xixi, um aumento do consumo de água, um emagrecimento importante sem causa definida, ou às vezes uma fadiga crônica”, afirmou.
A professora recomenda que o tratamento seja com uma equipe multidisciplinar, incluindo acompanhamento nutricional, prática de atividades físicas e medicação. “O acompanhamento do paciente diabético vai ser realizado a cada três ou quatro meses, com consultas com médicos especializados, nutricionista e educadores físicos”, disse.
Embora haja um componente genético na manifestação do diabetes, fatores como hábitos alimentares e estilo de vida podem influenciar a produção de glicose no organismo e levar ao adoecimento. Uma pesquisa recente, produzida pela UNIVALE e outras instituições, analisou a relação entre a prevalência de diabetes na população brasileira e o consumo de refrigerantes ou sucos artificiais.
Com informações de saúde de mais de 750 mil pessoas em todo o Brasil, no período de 2006 a 2020, uma das conclusões é a de que a incidência de diabetes cresceu 150% em quem consome refrigerantes ou sucos artificiais com açúcar; em 100% em quem consome bebidas light, diet ou zero; e 49% entre a população que não consome esses produtos.
O estudo também incluiu pesquisadores da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), e os resultados foram publicados em julho deste ano na revista científica Public Health, do Reino Unido.
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