Vinculado ao mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), o projeto “Fala jovem: diálogos sobre violências e formas de resistências vivenciadas por estudantes do ensino médio em uma escola estadual de Governador Valadares” foi um dos selecionados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) para incentivar pesquisas que colaborem com a inovação na educação básica. Ao todo, serão mais de R$ 5,8 milhões investidos, em 31 projetos diferentes.
Para realizar a pesquisa “Fala jovem”, a Fapemig investirá R$ 239.372, que serão utilizados para financiar bolsas de mestrado, produção de conteúdo audiovisual, aquisição de equipamentos para a Escola Estadual Israel Pinheiro (instituição parceira no projeto), elaboração e publicação de artigos acadêmicos e participação em eventos científicos onde o projeto seja apresentado.
O projeto começará a ser executado a partir de agosto, e ao longo dos próximos três anos a equipe do “Fala jovem” acompanhará alunos atualmente cursando o 1º ano, até que eles concluam o ensino médio. Na primeira fase da pesquisa, serão realizados encontros temáticos com esses estudantes, e a cada reunião haverá discussões de assuntos relacionados a algum tipo de violência. Em seguida, os alunos participantes responderão questionários com dados sobre as vivências e a relação deles com a violência no contexto escolar. Alguns estudantes serão selecionados para um grupo de estudos, estimulando a iniciação científica para esses alunos.
Coordenador da pesquisa, o professor Edmarcius Carvalho Novaes explica que, ao final do projeto, será produzida uma série de conteúdo audiovisual, videocasts, que servirá como material didático para a Secretaria Estadual de Educação.
“Os alunos vão trazer relatos do projeto de pesquisa e relatos das vivências deles, além do que eles debateram no grupo de estudos, problematizando como o ensino médio pode contribuir para, nas perspectivas deles, eliminar esses tipos de violência. A proposta é que esse material seja utilizado pela Secretaria Estadual de Educação em momentos formativos. É um exemplo de como a pesquisa pode colaborar para que os alunos compreendam a realidade em que vivem, como a violência se concretiza dentro e fora da história, e como eles podem mudar essa realidade”, afirmou o professor.
Além de Edmarcius, a equipe do projeto também tem as professoras Maria Terezinha Bretas Vilarino e Fernanda Cristina de Paula, ambas do GIT, além da professora do curso de Psicologia da UNIVALE, Eliza de Oliveira Braga, e a diretora da Escola Estadual Israel Pinheiro, Ana Cristina Marques Lemos, que é egressa do GIT e do Doutorado Interinstitucional (Dinter), que a UNIVALE fez em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina.
Selecionada para o projeto por atuar com Psicologia da Adolescência, Eliza Braga destaca a quantidade de recursos destinada para a execução da pesquisa: “Historicamente, mesmo entre todos os projetos aprovados em vários órgãos de fomento, esse possivelmente é o de maior valor. É algo de muito impacto, muito legal mesmo”.
A reitora da UNIVALE, professora Lissandra Lopes Coelho Rocha, avalia que esse projeto tem grande relevância, por levantar um cenário real e propor contribuições para mudar essa realidade. “Esse projeto tem a função de entender um contexto e sempre propor ações de solução para esse cenário. Essa vai compreender a realidade de jovens no ensino médio, as angústias e as violências que eles vivenciam, e a partir daí, obviamente, será possível pensar em estratégias para impedir e para reduzir essas violências”, pontuou a reitora.
A Escola Estadual Israel Pinheiro foi escolhida como instituição parceira na pesquisa devido à ligação da diretora Ana Cristina com a UNIVALE e, acrescenta Edmarcius, por ter um perfil diversificado de alunos.
“A tese de doutorado da Ana Cristina discutiu conflitos no território escolar. Ela é uma servidora pública com contato com a pesquisa, a vivência dela no GIT e no Dinter colaborou para o projeto ser aprovado. E a Israel Pinheiro é uma escola de grande porte, com alunos de diversas condições socioeconômicas e oriundos de diferentes regiões da cidade. A escola tem um público que nos interessa para fazer esse projeto de pesquisa, porque está em uma área central, e lá estudam alunos de diversas regiões vulneráveis, além de alunos que não moram em regiões vulneráveis. O perfil do alunato é interessante para a pesquisa”, salientou o coordenador do projeto.
Ana Cristina considera que a pesquisa “Fala jovem” será uma importante proposta de diálogo com os estudantes do ensino médio sobre as estratégias de resistências às diversas formas de violências que impactam a vidas dos jovens de escolas públicas. “É um recorte da minha tese de doutorado, onde pontuei a necessidade de discutirmos sobre violências, (In)disciplina e conflitos nos espaços escolares. O projeto permitirá a divulgação de material audiovisual sobre a temática produzido pelos próprios estudantes. É realmente um projeto significativo e de grande relevância”, comentou a diretora.
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