Alunos de escolas estaduais participam de Hackathon de ciência cidadã na UNIVALE, e equipes vencedoras conquistam bolsas de estudo

Durante todo o semestre, alunos do ensino médio de quatro escolas da rede estadual em Governador Valadares participaram de uma pesquisa em ciência cidadã sobre arboviroses desenvolvida pelo Laboratório Cidadão de Ecologia do Adoecimento e Saúde dos Territórios (Leas), da UNIVALE. Na terça-feira (11), equipes com representantes dessas escolas vieram à universidade para apresentar os resultados do trabalho em um Hackathon de ciência cidadã, e os grupos com as apresentações melhor avaliadas conquistaram bolsas de estudo para cursos de graduação na UNIVALE com descontos de 100% e de 50% sobre as mensalidades.

Participaram do Hackathon estudantes das escolas Doutor Antônio Ferreira Lisboa Dias, Quintino Bocaiúva, Júlio Soares e Abílio Rodrigues Patto. Após análise dos dados, os grupos apresentaram suas experiências e conclusões, com propostas para solucionar o problema proposto, “quais fatores contribuem para o risco de arboviroses no território escolar?”, e foram avaliados por uma banca com docentes da UNIVALE e participação de representantes de segmentos como a Superintendência Regional de Ensino e Sistema Municipal de Saúde, entre outros. Ao final das apresentações, a primeira colocação e as bolsas de 100% ficaram para os estudantes da Escola Estadual Júlio Soares. Com o segundo lugar, a equipe da Escola Estadual Abílio Rodrigues Patto garantiu bolsas de 50%.

Foto do hackathon de ciência cidadã do Leas
Equipe da Escola Júlio Soares ficou com o 1º lugar do Hackathon e conquistou bolsas de 100%

A professora Renata Campos, que coordena o Leas juntamente com o professor Hernani Santana, considera que, além da oportunidade de concorrer às bolsas de estudo, a participação Hackathon e no projeto de pesquisa em ciência cidadã proporcionou, aos alunos do ensino médio, conhecimentos sobre o território em torno das escolas onde estudam.

“Esse momento do Hackathon é a culminância do projeto, quando os estudantes das quatro escolas experimentam um momento de integração. Porque todos passaram pelo mesmo projeto ao longo do semestre, mas não se conheceram. E nesse momento eles se conhecem, antes de trabalhar com os dados que produziram. Esse trabalho visa uma análise, e ao final eles propõem uma solução ao problema, com uma proposta para apresentar para a banca sobre como controlar fatores de risco para a proliferação de arboviroses”, comentou Renata.

Aluno do 3º ano na Escola Estadual Doutor Antônio Ferreira Lisboa Dias, Jean Carlos Ferreira Almeida já havia participado de projeto semelhante em 2024, e avalia que o trabalho com ciência cidadã aumentou, nele e nos colegas, o interesse em pesquisa.

“Foi uma experiência muito boa, desde o ano passado. Nós conhecemos como se faz uma pesquisa científica, desde elaboração da hipótese, até o trabalho de campo e em laboratório, trazendo os números para chegar aos resultados. Foi uma experiência muito boa, sair da escola em uma atividade extracurricular em que a gente se divertiu, de forma dinâmica. Não foi nada pesado, ou cansativo. Todo mundo do nosso grupo demonstrou muito interesse em pesquisa”, afirmou Jean.

Além de coordenar o Leas, o professor Hernani Santana também é coordenador do curso de Engenharia Civil e Ambiental da UNIVALE. Ao dar as boas-vindas aos estudantes do ensino médio, o docente lembrou que o Hackathon de ciência cidadã foi o evento que deu início ao 1º Congresso de Engenharia e Agronomia do Leste de Minas.

“Em cada escola, tivemos momentos de reflexão e de risos, e essa é a hora de mostrar o que foi feito, e como foi feito. Todos participaram ativamente, e essa é a hora de apresentar. A gente fica feliz por vocês estarem aqui, e como coordenador do curso de Engenharia eu fico mais satisfeito ainda. Porque essa é a primeira ação do primeiro Congresso de Engenharia e Agronomia do Leste de Minas. É um evento regional e vocês estão abrindo com chave de ouro esse Congresso”, disse Hernani, aos alunos participantes do projeto.

Veja mais fotos do Hackathon de ciência cidadã:

ComGIT discute os 10 anos do rompimento da barragem em Mariana

A UNIVALE realizou no sábado (8) a 10ª edição do Encontro da Comunidade do mestrado em Gestão Integrada do Território (10º ComGIT), com o tema “Corpos feridos, rios silenciados: arte e cuidado na reconstrução da Bacia do Rio Doce”, dando evidência aos 10 anos do rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana. Nos painéis, mestrandos, docentes e comunidade externa discutiram a maior tragédia socioambiental do Brasil, ocorrida em 5 de novembro de 2015.

“É um momento para as pesquisas interagirem com a comunidade, falando sobre o que a gente aprendeu ao longo de 10 anos do desastre. Passados esses anos, qual o balanço que a gente faz? O momento aqui é para fazer essa discussão, do tempo transcorrido e dos aprendizados, com tudo o que aconteceu”, observou a reitora da UNIVALE, professora Lissandra Lopes Coelho Rocha.

Foto do 10º ComGIT

Desde o rompimento da barragem em Mariana, o mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) tem colocado a ciência a serviço da busca por soluções interdisciplinares para a reparação de pessoas atingidas e recuperação da Bacia do Rio Doce, como salienta o coordenador interino do GIT, professor Leonardo Leão..

“O ComGIT é um momento de integração entre todos os alunos do mestrado. Após a ocorrência do desastre da Samarco, o mestrado e seus alunos vêm produzindo muitos materiais sobre o que aconteceu. Temos mais de 28 dissertações que discutiram essa temática, com mais 50 produções, entre artigos e capítulos de livros. Além dos nossos eventos para fazer o debate sobre o desastre da Samarco, entre eles o Seminário Integrado do Rio Doce. O ComGIT trata sobre todos esses desdobramentos, 10 anos depois”, afirmou o professor Leonardo.

Foto de participantes do 10º ComGIT

A organização do 10º ComGIT ficou com os alunos do 2º período do mestrado, sob coordenação da professora Renata Campos. “A gente quer falar sobre tudo que aconteceu, os desdobramentos, mas o foco é o corpo como território, questionando qual é o impacto da tragédia nas pessoas e como elas estão reconstruindo e lidando com tudo”, destacou a mestranda Samila Matos.

A professora Renata Campos apontou a importância de pensar aspectos interdisciplinares que envolvem o desastre. “A temática deste ano, tratando desse lapso de 10 anos desde o rompimento da barragem, não é um evento com desdobramentos para serem entendidos em apenas uma perspectiva. Problemas complexos como esse, e os desdobramentos desse desastre, são melhor compreendidos se abordados de modo interdisciplinar. E é nesse sentido que o mestrado tem uma grande contribuição a dar, e é o que temos feito ao longo desses 10 anos”, disse a docente.

Veja também a matéria da UNIVALE TV sobre o 10º ComGIT:

Curso de Enfermagem promove Semana Acadêmica e 36º Seminário Integrador

A Semana Acadêmica de Enfermagem da UNIVALE aconteceu simultaneamente com a 36ª edição do Seminário Integrador do curso, dando aos alunos a oportunidade de apresentar resultados de pesquisas produzidas ao longo do semestre. Com atividades como palestras e rodas de conversa, a Semana Acadêmica trouxe aprendizados que contribuirão para formar os futuros profissionais da área.

“A Semana Acadêmica é nossa programação maior, que desenvolve todas as atividades. O Seminário Integrador é uma atividade realizada pelo curso de Enfermagem todo semestre há 18 anos, estamos na 36ª edição, e é uma APS, atividade prática supervisionada, e integrada. Os alunos, desde o início do semestre, desenvolvem uma pesquisa e elaboram resumos simples, ou resumos expandidos, sob orientação do professor de referência e outros docentes do período, e apresentam durante a semana”, explicou o coordenador do curso, professor Micael Alves.

Foto do professor Micael Alves durante a Semana Acadêmica e 36º Seminário Integrador de Enfermagem
Professor Micael Alves

No painel temático sobre desenvolvimento sustentável e ciência cidadã, a professora Renata Campos apresentou aos alunos de Enfermagem o trabalho do Laboratório Cidadão de Ecologia do Adoecimento e Saúde dos Territórios (Leas), que une pesquisadores e moradores de diferentes territórios, contando também com a participação de estudantes do ensino médio.

“A gente veio com um grupo do Leas, um laboratório cidadão, para contar um pouco sobre o que a gente tem feito em parceria com escolas da educação básica, sobretudo do ensino médio. São pesquisas voltadas para o entendimento das arboviroses nos territórios e para a formação de estudantes e professores do ensino médio para o enfrentamento dessa questão de saúde”, comentou Renata.

Veja também a matéria da UNIVALE TV sobre a Semana Acadêmica e Seminário Integrador de Enfermagem:

Professores e alunos da UNIVALE apresentam trabalhos no 22° Congresso Nacional do Meio Ambiente de Poços de Caldas

Participação da UNIVALE no Congresso do Meio Ambiente teve apresentação de 14 trabalhos acadêmicos, além de palestras, minicurso e lançamento de livro

O 22º Congresso Nacional do Meio Ambiente de Poços de Caldas foi realizado entre os dias 7 e 10 deste mês, evidenciando produções acadêmicas e científicas que trazem diálogos da temática ambiental e da sustentabilidade com outros campos do conhecimento, como educação, economia, bem-estar, saúde e qualidade de vida. Professores e alunos da UNIVALE participaram do congresso, com apresentação de trabalhos, palestras, minicurso e o lançamento de um livro de história em quadrinhos sobre como o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, impactou o cotidiano familiar em Governador Valadares.

Logo no primeiro dia do Congresso do Meio Ambiente, o professor João Marcos Mendonça, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIVALE, ministrou a palestra “Traços do inesperado: O desastre de Mariana em quadrinhos, cores, dor e lama”, oportunidade em que também lançou seu mais novo livro, “Doce Amargo: Um relato em quadrinhos do maior desastre ambiental do Brasil”, no qual elaborou roteiro e ilustrações.

Foto do professor João Marcos Mendonça palestrando durante o 22º Congresso Nacional do Meio Ambiente, em Poços de Caldas
Professor João Marcos, palestrando durante o 22º Congresso Nacional do Meio Ambiente

“Eu pude falar sobre o lado humano, sobre as consequências a partir da minha família, que é a proposta do livro. É um diário em quadrinhos, do primeiro ano depois do rompimento da barragem. Então é a vida ordinária, são acontecimentos banais, mas que acabam se tornando grandes dentro de uma tragédia daquela dimensão”, explicou João Marcos. Passados quase 10 anos desde o despejo de rejeitos de mineração no Rio Doce, o professor e quadrinista considera que sua obra é um resgate do passado, mas também fala sobre o futuro.

“É sobre o modelo de mundo que a gente quer, sobre esse projeto econômico e principalmente sobre o que a gente precisa e pode fazer para que isso não aconteça de novo. O livro tem esse papel e a função de não deixar o que aconteceu cair no esquecimento, principalmente nas consequências do dia a dia do cidadão comum e nas consequências ambientais, da qualidade da água que é consumida. Com o tempo isso vai sendo esquecido, e o livro é uma forma de resgatar uma tragédia que não pode ser esquecida e que ainda tem consequências. É uma tentativa de realmente trazer à memória, para que isso não aconteça mais”, afirmou o docente.

O livro “Doce Amargo” tem prefácio do professor Hernani Santana, coordenador do curso de Engenharia Civil e Ambiental da UNIVALE, membro da comissão organizadora do Congresso Nacional do Meio Ambiente de Poços de Caldas e um dos palestrantes na mesa de debates “Educação e medidas não estruturais para redução de riscos de desastres e adaptação climática”. Hernani ainda ministrou minicurso sobre elaboração de projetos ambientais.

O 22º Congresso Nacional do Meio Ambiente de Poços de Caldas também teve apresentação de 14 trabalhos de estudantes da UNIVALE, de cursos de graduação, como Medicina Veterinária e Engenharia Civil e Ambiental, e também do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT). “A apresentação dos trabalhos neste evento é muito importante, porque é uma oportunidade de diálogo com pesquisadores de diversas partes do Brasil e de outros países. Isso contribui para a visibilidade e aprimoramento da pesquisa, além da formação dos estudantes da graduação e do mestrado”, observou a professora Renata Campos, também participante do Congresso.

Projeto de ciência cidadã reúne mais de 100 alunos de ensino médio em pesquisa sobre risco de proliferação do Aedes aegypti

Pesquisas que trabalham com a ciência cidadã são aquelas que incluem participantes de fora do meio acadêmico, sem vínculo com instituições de pesquisa ou de ensino superior

Foto de trabalho de pesquisa de ciência cidadã com participação de alunos da Escola Estadual Abílio Rodrigues Patto
Na etapa mais recente do projeto, alunos foram a campo para coletar dados

Com a participação de quatro escolas da rede pública estadual, o Laboratório Cidadão de Ecologia do Adoecimento e Saúde dos Territórios (Leas), da UNIVALE, reuniu mais de 100 alunos de ensino médio em uma pesquisa de ciência cidadã sobre vetores de arboviroses, analisando o risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de vírus das doenças dengue, chikungunya e zika. A professora Renata Campos, que juntamente com o professor Hernani Santana é coordenadora do Leas e da pesquisa, que tem apoio da Unesco (agência de educação da Organização das Nações Unidas), esteve nas escolas participantes para orientar os estudantes na coleta de dados.

Pesquisas que trabalham com a ciência cidadã são aquelas que incluem participantes de fora do meio acadêmico, sem vínculo com instituições de pesquisa ou de ensino superior. Intitulado “Ciência cidadã: investigação de vetores das arboviroses no território urbano em uma perspectiva socioambiental integrada considerando o meio circundante e os atores sociais”, o projeto coordenado por Renata Campos, conforme detalha a professora, tem como objetivo avaliar a saúde ambiental do entorno das escolas participantes – e, para isso, os cidadãos cientistas coletam insetos e ovos de Aedes aegypti, além de realizarem o diagnóstico ambiental do território.

“Nós fizemos as coletas de dados com os estudantes das quatro escolas que participam do projeto como cientistas cidadãos. O diagnóstico ambiental do território é feito pelos próprios estudantes, que avaliam a presença de fatores de risco para proliferação do Aedes, como pneus, entulhos e outros criadouros. Nos últimos meses, os estudantes participaram de atividades de formação, relacionadas com os riscos de arboviroses, e construíram uma cartografia territorial. Os cidadãos cientistas, forma como os estudantes são chamados no projeto, estão aprendendo na teoria e na prática como se faz pesquisa científica”, explicou Renata.

A pesquisa tem participantes das escolas Quintino Bocaiúva, Abílio Rodrigues Patto, Antônio Ferreira Lisboa Dias e Júlio Soares, todas da rede estadual. Com a conclusão da coleta de dados, a próxima etapa prevê a atuação dos estudantes de ensino médio no Leas, no campus II da UNIVALE, para processar e analisar os materiais coletados. Os resultados, acrescenta Renata, serão apresentados por eles em um evento de culminância do projeto, em dezembro.

“O mais marcante deste projeto está sendo a transformação dos alunos. A ciência cidadã se tornou uma ferramenta real para que eles compreendessem e cuidassem do próprio território. Mais que aprender Biologia, eles estão descobrindo o valor do pertencimento. Está sendo bonito ver a mudança de olhar e a apropriação na execução das atividades”, comentou a professora Karla Rocha, da escola Abílio Rodrigues Patto.

Aluno do 3º ano na mesma escola, Kelvin Procopio dos Santos viu novas oportunidades de aprendizado com o projeto de ciência cidadã. “O projeto do Leas foi essencial para eu compreender sobre questões relacionadas a arboviroses que eu não entendia. Além disso, a experiência de ter contato com pessoas do bairro foi gratificante e mostrou que o aprendizado não se limita somente a sala de aula e escrever em cadernos, o conhecimento pode ser aplicado de maneiras diferentes e criativas”, avaliou Kelvin.

Também estudante do 3º ano na Escola Abílio Rodrigues Patto, Lorrayne Chaves viu na experiência com ciência cidadã uma forma de atuar no combate às arboviroses. “Participar do projeto junto com o Leas foi uma experiência muito gratificante, pois me ajudou bastante a conhecer como funciona o ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, zika e chikungunya. Esse projeto não foi só desenvolvido em sala de aula, mas também teve momentos fora de sala e da escola. Isso nos ajudou a entender que muitas pessoas querem ajudar a combater esse mosquito que transmite a doença”, afirmou Lorrayne.

Encontro nacional de pesquisa em Ambiente e Sociedade tem grupo de trabalho coordenado pela UNIVALE

Trabalhos de professoras, aluna e egressa do GIT também foram apresentados no 12º Enanppas

A 12ª edição do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (Enanppas), realizada de 1º a 4 deste mês na Universidade de São Paulo (USP) teve, pela primeira vez, um grupo de trabalho (GT) com professoras da UNIVALE na coordenação. Ao lado ainda de docentes de outras instituições, Renata Campos e Maria Terezinha Bretas Vilarino, que lecionam no mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), coordenaram o GT sobre “Abordagens participativas para o enfrentamento de desigualdades sociais e emergência climática”. As professoras também tiveram trabalhos aprovados para apresentação no 12º Enanppas, assim como uma aluna e uma egressa do GIT.

O Enanppas tem por propósito fortalecer nacionalmente a produção de conhecimento na área de Ciências Ambientais e integrar programas de pós-graduação na área e programas interdisciplinares, como o GIT, além de contribuir com as discussões nacionais e internacionais associadas à COP30, a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças do clima, que nesta edição debaterá enfrentamentos às desigualdades sociais e emergência climática.

Foto das coordenadoras de grupo de trabalho no Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (Enanppas)
Professoras coordenadoras do grupo de trabalho: Lucimar (Unievangélica), Renata (UNIVALE), Cristiane (UNB) e Terezinha (UNIVALE)

Além das professoras da UNIVALE, o GT teve coordenação de Lucimar Pinheiro Rosseto, da Universidade Evangélica de Anápolis-GO (Unievangélica) e Cristiane Gomes Barreto, da Universidade de Brasília (UnB). A proposição do GT, salienta a professora Renata Campos, surgiu no Laboratório Cidadão de Ecologia do Adoecimento e Saúde dos Territórios (Leas), da UNIVALE, em função de projetos de pesquisa participativa, com foco na ciência cidadã.

“O Enanppas acontece a cada dois anos e, neste ano, pela primeira vez a UNIVALE participa na coordenação de um GT. Foi proposto um grupo de trabalho sobre pesquisas que têm abordagens participativas, e aí a organização do evento aceitou a nossa proposta. Recebemos mais de 30 trabalhos inscritos e foram apresentados mais de 20, dos que foram aceitos para apresentação, de trabalhos de vários lugares do Brasil, e de outros países”, comentou Renata.

Com 411 pessoas inscritas, o 12º Enanppas teve 354 trabalhos aprovados, entres pôsteres e comunicação científica. Entre os participantes, pessoas de todos os estados brasileiros, e a representação internacional contou com inscritos de Portugal, Angola, Uruguai, Venezuela, Equador, Colômbia, Argentina, Espanha e Estados Unidos. Assim como Renata e Terezinha, outras representantes do GIT que tiveram trabalhos aprovados foram a mestranda Letícia Bandeira Rocha e a egressa Maria do Carmo Silva, a Fisika.

“A gente apresentou pesquisas que são produzidas no GIT. Isso dá visibilidade ao mestrado, e ajuda a gente a aperfeiçoar o que a gente produz por meio do diálogo, e também dá credibilidade ao programa como um todo. Por meio do GT, provocamos discussões sobre o que realizamos por aqui como pesquisadores”, acrescentou Renata.

Foto de professoras, aluna e egressa do GIT no Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (Enanppas)
A UNIVALE no 12º Enanppas teve trabalhos apresentados pela aluna Letícia Bandeira Rocha, as professoras Renata Campos e Maria Terezinha Bretas Vilarino, e a egressa Maria do Carmo Silva, a Fisika

Abertura do Pint of Science 2025 tem conversas sobre Ozempic e riscos na Bacia do Rio Doce

Está de volta o Pint of Science, maior festival de divulgação científica fora dos ambientes acadêmicos. Presente em 27 países, em 2025 a versão brasileira do festival acontece simultaneamente entre os dias 19 e 21 de maio, em 169 cidades. Em Governador Valadares, o Pint chega à sétima edição, sempre sob organização da UNIVALE. Na noite de abertura, as palestras tiveram os temas “Ozempic: quando a ciência pesa na balança – explorando usos e abusos” e “Convivendo com o risco: uma conversa sobre a saúde e ambiente na Bacia do Rio Doce”.

Em Valadares, a edição de 2025 do festival faz uma homenagem ao cinema e à premiação do Oscar, com o tema “A Ciência ainda está aqui”, como demonstra a decoração da Arena Praia GV, ao lado da Açucareira, que neste ano recebe as três noites do Pint of Science.

“O Pint tem uma dinâmica completamente diferente. A ideia é trazer a ciência dos laboratórios para a comunidade, de uma forma leve, descontraída e humana. A linguagem é acessível, não é a linguagem técnica dos laboratórios e dos artigos científicos. O objetivo é democratizar a ciência, de uma forma leve”, explicou a coordenadora local do Pint of Science, a pró-reitora acadêmica da UNIVALE, professora Adriana de Oliveira Leite Coelho.

Foto da primeira noite do Pint Of Science 2025 em Valadares

As noites do Pint of Science, sempre a partir de 19h, trazem os debates sobre as palestras, e também música ao vivo e sorteio de brindes. “Faz parte da nossa missão compartilhar o conhecimento que a gente tem dentro da universidade. O ato de realizar o Pint of Science é a grande oportunidade de desmistificar aquela linguagem tão científica, e trazer as pesquisas que a gente desenvolve na universidade para o dia a dia da comunidade. É conversar sobre ciência de forma leve e descontraída, no bar”, comentou a reitora da UNIVALE, professora Lissandra Lopes Coelho Rocha.

Primeira noite de Pint of Science: uso correto do Ozempic e relação entre saúde e ambiente na Bacia do Rio Doce

A primeira palestra do Pint of Science 2025 em GV discutiu o uso correto do Ozempic, medicamento para controle de glicose que comumente é utilizado para emagrecimento. A palestra foi ministrada pela coordenadora dos cursos de Biomedicina e de Estética e Cosmética, professora Lidiane Meire Kohler, e pelo coordenador do curso de Educação Física, professor Keveenrick Ferreira Costa.

Foto da primeira noite do Pint Of Science 2025 em Valadares

“Pensando nas aplicações clínicas, é um medicamento criado para quem tem diabetes tipo dois. O Ozempic foi criado para tratar esse tipo de doença, e hoje existe uma visão distorcida do medicamento. O que era para o tratamento de doença vem sendo cada vez mais utilizado como potencializador da perda de peso, e muitas vezes substituindo um estilo de vida saudável, com prática de exercícios ou dieta”, afirmou Keveenrick. “O Ozempic não é um grande vilão, ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue, melhora o metabolismo e reduz as complicações associadas à diabetes. Tem um impacto excepcional na qualidade de vida do paciente”, acrescentou Lidiane.

Para a palestra seguinte, sobre os riscos que existem na relação entre saúde e ambiente na Bacia do Rio Doce, subiu ao palco uma equipe multidisciplinar, com professores de diversas áreas e alunas do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT). “É uma conversa sobre os riscos que a gente experimenta, vivendo na Bacia do Rio Doce. É um time grande, para conversar sobre vários tipos de risco. Os riscos associados à biodiversidade, riscos à nossa saúde, e riscos mesmo à integridade da bacia como um todo”, disse a professora Renata Campos, do GIT.

Foto da primeira noite do Pint Of Science 2025 em Valadares

Além dela, compuseram a equipe: Mônica Valadares Martins, Zara Alves Lacerda, Hernani Santana, Samila Leles, Sheila Soares, Eunice Nodari, Cathia Rachell Alves, e Daniella Vasconcelos. “A poluição mata muitos animais, muitos insetos, muitos peixes e muitos mamíferos. Isso causa um desequilíbrio muito grande em toda a cadeia alimentar, com a possibilidade do surgimento de vetores, que podem ser insetos, mas também podem ser pequenos animais, como os roedores, tão comuns em nossa região. A gente tem o surgimento de zoonoses com a articulação de animais que não são do nosso convívio”, afirmou a professora Zara, do curso de Medicina Veterinária, ao abordar o envolvimento entre ambiente, animais e seres humanos.

Programação das outras duas noites do Pint of Science

A sequência do Pint, na terça-feira (20), traz as palestras “Era uma vez no trabalho: memes em cena”, com os docentes Cristiane Mendes Netto e Franco Dani Araújo e Pinho; e “A Cuca fez o Sítio do Pica-Pau Amarelo desaparecer”, com os palestrantes Mauro Guariente, Letícia Bechara Silva, e Bertila Maria Campos Carvalho.

Para o encerramento do festival, na quarta-feira (21), a palestra “O Julgamento da Inteligência Artificial: os sete pecados capitais digitais no banco dos réus” será apresentada por André Rodrigues Santos, Haruf Salmen Espindola, Felipe Miranda, Lorena Silva Vitório Almeida Araújo, Fernanda Teixeira Saches Procópio, Thiago Cardoso de Castro, Denise Rodrigues Alves, Erilan Gomes Guimarães, Vinícius Sampaio da Costa, e Delcimara Ferreira. A última apresentação do Pint of Science 2025 em Valadares será “Verdade do campo, mitos da web: o que (não) te contam sobre os alimentos que você consome”, com as palestrantes Janaína Gonçalves Gomes, Mariana de Souza Farias e Monique Ellen Torres Resende.

Veja mais fotos do Pint:

GIT participa do Diálogo Florestal, iniciativa de conservação ambiental presente no Parque Estadual do Rio Doce

Surgida dos Fóruns Florestais, a iniciativa Diálogo Florestal foi criada para facilitar a interação entre representantes de empresas, associações setoriais, organizações da sociedade civil, grupos comunitários, povos indígenas, associações de classe e instituições de ensino, pesquisa e extensão. Presente no Parque Estadual do Rio Doce (Perd), o grupo consultivo do Diálogo Florestal tem como integrante desde 2022 a professora Renata Campos, pesquisadora e docente no mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), da UNIVALE.

Renata explica que diferentes atores interessados em questões ligadas ao meio ambiente fazem parte da iniciativa para, por meio do diálogo, identificar dificuldades e buscar soluções para superar obstáculos à conservação ambiental. Após debates no Fórum Florestal Mineiro, o Diálogo Florestal se organizou para fazer essas discussões no entorno do Perd.

Foto de encontro da iniciativa Diálogo Florestal, no Parque Estadual do Rio Doce
Professora Renata Campos

“Em 2022 eu fui convidada para fazer parte do grupo consultivo do Diálogo Florestal. A gente participou do diálogo de escopo, onde a gente identificou algumas questões que mereciam atenção. Neste ano a gente foi a campo, para conversar com os atores locais e entender como essas questões estão estruturadas no território, e como é possível lidar com elas, como as pessoas visualizam aquela paisagem do entorno do Rio Doce daqui 10 anos, e o que é preciso ou possível fazer para que essa paisagem desejada se materialize”, comentou a pesquisadora.

Entre os desafios identificados pelo Diálogo Ambiental para garantir a conservação ambiental no Perd, a professora elenca grupos de quatro temáticas por prioridade:

  1. expansão urbana sem planejamento, que inclui, por exemplo, a falta de ordenamento territorial e o parcelamento para fins urbanos na zona de amortecimento; 
  2. falta de monitoramento frequente da dinâmica do uso do solo, com mapas desatualizados, dificultando o entendimento da dinâmica dos desmatamentos; 
  3. Perd pouco conhecido e desvalorizado, havendo poucas iniciativas de educação ambiental; 
  4. participação social no Perd, que passa pela falta de reconhecimento por parte do Perd sobre a relevância das pessoas para o processo de conservação, a representação da população no Conselho Consultivo do Perd, entre outros aspectos.
Foto de encontro da iniciativa Diálogo Florestal, no Parque Estadual do Rio Doce

A partir destes desafios prioritários, frisa Renata, foram mapeadas as informações e projetos existentes na paisagem foco, além de lacunas de informação. “A gente visitou algumas áreas no entorno do Parque e dialogou sobre isso, com representantes das empresas, da comunidade, do próprio Parque e das instituições de ensino, sobre esse possível cenário desejado para daqui 10 anos”, acrescentou a docente.

Diálogo Florestal e pesquisas do GIT no Perd

Foto de encontro da iniciativa Diálogo Florestal, no Parque Estadual do Rio Doce
As mestrandas Letícia Bandeira e Marília Martins

Além da professora Renata Campos, atuando como membro do grupo consultivo, também participaram de encontros do Diálogo Florestal duas mestrandas do GIT, Marília Martins e Letícia Bandeira, que estão desenvolvendo projetos de pesquisa relacionados com o Parque.

Formada em Direito e pós-graduada em Direito Ambiental, Urbanístico e Administrativo, Letícia trabalha, em sua dissertação, a temática de mosaicos de unidades de conservação. “A pesquisa se relaciona com a temática do Diálogo Florestal, pois trata sobre os principais desafios e contribuições para a gestão territorial no Parque Estadual do Rio Doce e o seu entorno”, pontuou a mestranda.

Para o processo de constituição de um mosaico, explica Letícia, é necessário que haja o interesse em sua composição; equipe técnica local atuante, que represente as áreas protegidas; identidade territorial, que abrange as características sociais, econômicas, culturais e biológicas do território; os insumos ali existentes – materiais e humanos – objetivando uma logística favorável, bem como a possibilidade de conectividade da vegetação natural e a cooperação técnica para garantir a gestão integrada ágil e dinâmica.

“Além das intensas conversas e debates com todos os envolvidos no Diálogo Florestal, as visitas in loco possibilitaram uma visibilidade mais abrangente dos desafios que o Perd enfrenta, como a expansão urbana sem planejamento, a falta de monitoramento do uso do solo, o fato de o parque ser pouco conhecido na região e a ínfima participação social no Perd. As visitas também facilitaram a identificação por possíveis mitigações para esses desafios”, avaliou Letícia.

Trabalhos da UNIVALE se destacam no 1º Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã

Professora Renata Campos apresenta trabalho no 1º Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã
Professora Renata Campos, durante apresentação do trabalho

O 1º Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã foi realizado entre os dias 10 e 12 deste mês, em São Bernardo do Campo, para debater essa forma de produção de conhecimento em que cientistas de carreira acadêmica fazem estudos em parceria com pessoas que são interessadas em ciência, mas não possuem vínculos com instituições de ensino ou de pesquisa. Representada por dois docentes e uma egressa do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), a UNIVALE participou do encontro, com sete trabalhos – um deles, apresentado pela professora Renata Campos, ficou classificado em terceiro lugar entre as pesquisas inscritas na categoria Comunicação Oral.

“Ao longo desses dias, nós participamos da apresentação de sete trabalhos, sendo cinco no formato de banners ou pôsteres, e mais dois orais. Dessas apresentações orais, uma delas é resultado da nossa parceria com a UFOP e a UFJF. Esse trabalho, que foi apresentado por mim, ficou em terceiro lugar entre as comunicações orais. Estamos voltando muito felizes para Valadares, porque sete trabalhos é um número importante para um laboratório, e a gente ainda conseguiu esse reconhecimento do que a gente produz, essa premiação, que dá, sem dúvida nenhuma, muita visibilidade para a gente, dentro dessa rede de ciência cidadã”, afirmou a docente.

Professor Hernani Santana ao lado de banner apresentado no 1º Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã
Professor Hernani Santana

Os trabalhos apresentados fazem parte das pesquisas do Laboratório Cidadão de Ecologia do Adoecimento e Saúde dos Territórios (Leas), coordenado por Renata e pelo professor Hernani Santana, que também é coordenador do curso de Engenharia Civil e Ambiental na universidade. Hernani também participou do 1º Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã e, além deles, representou a UNIVALE uma egressa do GIT, Eloísa Maria Ferreira de Almeida. “A Eloísa foi bolsista no Leas durante boa parte do mestrado dela, e veio apresentar também os resultados da pesquisa que ela fez como dissertação”, acrescentou Renata.

Sobre o 1º Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã

Organizado pela Rede Brasileira de Ciência Cidadã (RBCC), entidade fundada em 2021 para ampliar o diálogo entre os diferentes atores sociais envolvidos nesse campo do conhecimento, o 1º Encontro foi sediado no campus da Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo. O tema “Qual ciência cidadã queremos?” foi escolhido para nortear os debates. “O 1º Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã visa dar início a um processo de consolidação do campo da ciência cidadã no país, dentro das missões e objetivos estipulados pela RBCC, e discutir de forma estratégica e democrática quais os rumos desse campo de pesquisa e de prática no Brasil”, afirma a organização do evento.

Eloísa Maria Ferreira de Almeida, egressa do mestrado em Gestão Integrada do Território, apresenta trabalho no 1º Encontro Brasileiro de Ciência Cidadã
Eloísa Maria Ferreira de Almeida, egressa do GIT

Mestrado da UNIVALE participa de 13º Congresso Internacional Interdisciplinar

Discussões do 13º Coninter propuseram respostas para conflitos de diversas naturezas

O mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT) da UNIVALE participou do 13º Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades (Coninter) nesta semana, entre os dias 12 e 16 (de segunda a sexta-feira), em Montes Claros. O tema desta edição, “Desenvolvimentos, mitos, ideias e projetos para um mundo em conflito”, foi proposto para elaborar respostas a conflitos de diversas naturezas, sejam eles sociais, políticos, econômicos ou culturais.

Organizado pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociais e Humanidades (Aninter-SH) e pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social (PPGDS) da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o 13º Coninter reuniu acadêmicos, pesquisadores, profissionais e agentes de mudança de diversas áreas do conhecimento e atuação, para compartilhar experiências, insights e propostas que contribuam para a construção de um mundo socialmente justo, diverso e democrático.

Professora Renata Campos e alunas do GIT no 13º Coninter, em Montes Claros

Entre os participantes estavam a professora Renata Campos, uma egressa do GIT e sete mestrandos da UNIVALE. Dos trabalhos apresentados no 13º Coninter, 11 foram de representantes da instituição. Renata salienta que a participação nos grupos de trabalho e na divulgação de pesquisas aumenta a visibilidade do GIT entre os programas interdisciplinares de pós-graduação.

“Essa participação contribui, sobretudo, para a formação dos mestres do GIT. Quando os nossos estudantes apresentam trabalhos, outras pessoas, incluindo professores de outras universidades, podem dar um feedback. Esse processo contribui sobremaneira para aquilo que a gente faz GIT. Os mestrandos já têm lá contribuições do orientador, do coorientador e dos professores da UNIVALE nas suas pesquisas, e passam a ter também contribuição de outros docentes, de outras instituições, que vão agregar possibilidades para a realização dos trabalhos dos estudantes do mestrado em Gestão Integrada do Território da UNIVALE”, afirmou a professora Renata.

Egresso da UNIVALE vence o tradicional Prêmio Jabuti com trabalho acadêmico

Promotor de Justiça, Leonardo Castro Maia venceu o Prêmio Jabuti Acadêmico na categoria Geografia e Geociências

O Prêmio Jabuti é uma das honrarias mais tradicionais concedidas a escritores brasileiros. Neste ano, um dos vencedores foi Leonardo Castro Maia, promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e egresso do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), da UNIVALE, e do doutorado interinstitucional (Dinter) em Ciências Humanas, realizado em parceria entre a UNIVALE e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A premiação foi em 6 de agosto, e Leonardo venceu a categoria Geografia e Geociências, do Prêmio Jabuti Acadêmico, com o livro “Água e conflitos socioambientais: tratamento no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos”.

Leonardo Castro Maia
Leonardo Castro Maia

A obra é baseada na tese de doutorado do escritor, que trata da relação dos Comitês de Bacia Hidrográfica (CBHs) com o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). O tema da água já estava presente nas pesquisas que o promotor realizou durante o GIT, e ele enfatiza que a interdisciplinaridade foi um fator importante para os estudos no mestrado e no doutorado.

“Fiquei muito satisfeito com essa premiação, porque o Prêmio Jabuti coroou uma busca de conhecimento interdisciplinar que estava na minha perspectiva, na minha concepção de desenvolvimento de estudo nessa temática da água. O mestrado foi abrangente, pois permite o desenvolvimento de pesquisas em várias linhas, mesclando conhecimentos de várias disciplinas. Tive ótimos professores, que indicaram excelentes leituras. Quando fui fazer o doutorado, as leituras eram na mesma linha, buscavam essa complexidade do conhecimento”, avaliou.

Livro "Água e conflitos socioambientais: tratamento no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos", de Leonardo Castro Maia, obra vencedora do Prêmio Jabuti Acadêmico 2024 na categoria Geografia e Geociências

Desde o anúncio dos vencedores do Prêmio Jabuti, Leonardo tem recebido retornos muito positivos em relação ao livro e às pesquisas acadêmicas. “A Bacia do Rio Doce tem uma série de coisas muito interessantes para a pesquisa, interessantes no sentido da necessidade, entre elas o desastre que atinge o Rio Doce. Então, a cidade de Governador Valadares e a Bacia do Rio Doce propiciam e demandam muito trabalho de pesquisa de compreensão dos fatos e de desenvolvimento do conhecimento científico”, afirmou.

O promotor de Justiça agradece ao corpo docente dos programas de pós-graduação da UNIVALE e da UFSC, entre eles a orientadora da pesquisa no GIT, professora Renata Campos, que recomendou a ele que se inscrevesse para a seleção do doutorado.

“O Leonardo fez o mestrado no GIT, onde pesquisou a relação entre áreas protegidas, nomeadamente unidades de conservação, e a conservação de recursos hídricos. Quando ele terminou o mestrado, eu recomendei que ele se inscrevesse para o doutorado. E aí, na mesma semana que ele terminou o mestrado, ele já fez a inscrição para o Dinter, e foi aprovado. Ele fez o mestrado no GIT, e foi um passo para ele chegar no doutorado, onde ele fez a pesquisa que foi premiada”, comentou Renata.

Observatório da UNIVALE planeja pesquisas e ações para 2024

Docentes e estudantes que integram o Observatório Interdisciplinar do Território (Obit), laboratório de pesquisas ligado ao mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), da UNIVALE, se reuniram na sexta-feira (15) para planejar a execução de projetos e ações em 2024. Estiveram presentes os seis docentes e 11 discentes, do mestrado e também da graduação.

Solcha professor Bruno Capilé
Professor Bruno Capilé

A reunião começou com a apresentação de todos os integrantes presentes e das intenções de pesquisa dos mestrandos. Em seguida, o coordenador do Observatório, professor Bruno Capilé, falou sobre projetos orientados por ele que recebem financiamento externo e são voltados para o Rio Doce.

“Além do andamento dos projetos, como o site Vozes do Rio, com documentos e depoimentos sobre o Rio Doce, teve também uma proposta de buscar estratégias de maior aproximação institucional com a Agência de Águas de nossa bacia, a Agedoce, e com o Comitê de Bacias do Doce, o CBH-Doce. O mestrando Edilson Faria Lima trabalha na Agedoce e propôs uma série de podcasts com os principais agentes da bacia, da Agência e do Comitê”, detalhou Bruno.

Finalizando o encontro entre integrantes do Observatório, o Parque Estadual do Rio Doce (Perd) esteve no centro das atenções. “Aqui foi debatido e deliberado sobre o último projeto financiado pelo CNPq, ‘História Ambiental do Parque Estadual do Rio Doce: dinâmicas territoriais e a conservação da biodiversidade’, coordenado pelo professor Haruf Espindola. Junto a este projeto tem outro, coordenado pela professora Renata Campos, também com financiamento”, acrescentou o coordenador do Obit.

Haruf Salmen Espíndola
Professor Haruf Salmen Espíndola

Para o professor Haruf, que também é o coordenador do GIT, o encontro do Observatório foi uma oportunidade de interação e trocas de experiências entre alunos e docentes, pensando também na produção conjunta de publicações. “Sobre o projeto, o Parque faz 80 anos em 2024, e é um dos mais importantes parques do país, e o mais importante de Minas Gerais, sendo fundamental para a preservação da biodiversidade da Mata Atlântica”, destacou, lembrando também que no ano passado a UNIVALE TV publicou um documentário em que registra a biodiversidade do bioma Mata Atlântica na região, e o Perd foi um dos locais retratados.

Observatório organiza Seminário do Parque Estadual do Rio Doce

O encontro do Observatório ainda teve a deliberação de formar uma comissão para organizar o Seminário Integrado do Parque Estadual do Rio Doce, que ocorrerá na primeira semana de julho, como parte de um projeto financiado pela Fapemig e coordenado pela professora Renata Campos. Para a ocasião, será produzido um e-book.

Renata Campos
Professora Renata Campos

“O seminário acontecerá em julho e será realizado pelo grupo envolvido no projeto Dinâmicas e Conflitos na região de inserção do Perd. O evento contará com professores da UNIVALE e parceiros de outras instituições que pesquisam nesta área. O projeto de pesquisa envolve professores e estudantes do Obit e de outros laboratórios do GIT, como o Niesd e o Neder. Trata-se de um projeto que está em sua fase final e que resultou em dissertações e outros trabalhos, que serão apresentados no seminário e publicados na forma de e-book. Como o Obit é um laboratório com muitos participantes, o encontro [do dia 15] foi um momento muito importante para a integração dos participantes e alinhamento das propostas de ações de cada um”, avaliou a professora Renata.