Sumário
Acaba de sair a 2ª edição da Revista Vale da Ciência, revista experimental do curso de Jornalismo da UNIVALE. Esta edição contou com a diagramação da Agência Canguru e traz diferentes reportagens que vão desde os impactos dos desastres ambientais até a plataformização da música.
A Revista Vale da Ciência é o resultado das disciplinas de Jornalismo Científico, Comunicação Comparada e Temáticas em Comunicação, Jornalismo de Dados e Fact Checking e Estágio Curricular Supervisionado II, do curso de Jornalismo, turma 2024/2, da Universidade Vale do Rio Doce.
Leia o editorial da 2ª edição da revista Vale da Ciência:
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Contra qualquer vale-tudo: ciencia, informação e coragem
Por Roberto Villela e Deborah Vieira

Calor extremo, seca, chuvas torrenciais. A natureza reclama e responde à passagem humana pela Terra e seu rastro de devastação. Nesta edição, a Vale da Ciência traz reflexões sobre passado, presente e futuro, revisitando histórias para imprimir no tempo um manifesto de que o futuro é ancestral.
Os povos indígenas são exemplo de cuidado e respeito com a fauna, a flora e o futuro. Hoje, eles choram pelo mar de lama, pelo descaso com a terra, com as origens, com a natureza da qual o país tanto se orgulha quando quer atrair prestígio e recursos. O útero do chão, agora infértil, clama por um reparo que, aparentemente, só virá dos céus, porque ainda não veio da justiça dos homens.
No mundo das mulheres, um universo à parte na face de um planeta machista, a gestação artificial é discutida em um produto audiovisual, em uma distopia que soa utópica a tantas que convivem com o eterno desafio de desdobrar-se em mães e em mil. E entre centenas de papéis, ainda há o desafio de lidar com o horror de deepfakes para fins pornográficos, quando a inteligência artificial atua a serviço da irracionalidade e da barbárie digital, com o propósito de alimentar perversões e destruir biografias femininas.
Nem tudo são espinhos, porém. Crônicas de qualidade inconteste feitas por mulheres repercutem sobre saúde, teatro e lama — essa mesma lama toda já mencionada, que jamais será esquecida. Cada uma na sua, linhas bem tramadas se entrecruzam no aspecto contemplativo e, às vezes, contestador. Além disso, todas são inspiradas em artigos científicos produzidos pela comunidade acadêmica da UNIVALE.
A trilha do conhecimento segue o ritmo e debate sobre o TikTok e as trends. O som que toca na rede chinesa vai parar nas listas dos streamings de música, em uma convergência já verificada pela indústria do show business. O olhar acadêmico, claro, está tomando nota de tudo e não quer perder nem um passo dessa dança. A coreografia da beleza, da ancestralidade e da esperança também compõem esta edição, com imagens contundentes cedidas por Maycon Krenak, jovem liderança indígena.
A ciência segue cumprindo seu papel, bem como o jornalismo. No exercício atento de observar, esclarecer, interrogar e criticar, as áreas se imbricam e gritam sua relevância. Diante do pavor de um crime, do estupor de um descaso, do temor de um futuro, do clamor por mudança, uma revista sempre será pouco. Mas a coragem e a competência de jovens promissores jamais deixará de alimentar, nos corredores da faculdade e na correria da realidade, o desejo de transformação.