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Foto de apresentação de catadores na abertura do Fórum de Lixo e Cidadania

Lançado na UNIVALE, Fórum Lixo e Cidadania discute protagonismo e direitos de catadores de materiais recicláveis

28 novembro, 2024

A UNIVALE recebeu na manhã de quarta-feira (27) o ato de lançamento do Fórum Municipal de Lixo e Cidadania, iniciativa do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que agora conta com a adesão da Prefeitura de Governador Valadares. Catadores, gestores públicos e ativistas ambientais discutiram o protagonismo e os direitos das pessoas responsáveis por separar e reaproveitar materiais recicláveis.

Presente ao encontro, a reitora da UNIVALE, professora Lissandra Lopes Coelho Rocha, avalia que a adesão do município ao Fórum Lixo e Cidadania marca um novo capítulo na trajetória de Governador Valadares em direção à sustentabilidade, inclusão social e cuidados com o meio ambiente. Em sua fala na abertura do evento, a reitora lembrou que há mais de duas décadas a universidade presta apoio à categoria, por meio do programa de extensão Rede Solidária Natureza Viva.

Foto da mesa de abertura na solenidade de lançamento do Fórum de Lixo e Cidadania
Mesa de abertura na solenidade de lançamento do Fórum de Lixo e Cidadania

“Destacamos o compromisso de nossa cidade em transformar desafios em oportunidades, reconhecendo a importância do trabalho dos catadores de materiais recicláveis. Eles são verdadeiros agentes de transformação ambiental e social, mostrando que é possível construir um futuro melhor, com dignidade e com respeito ao meio ambiente. Na UNIVALE, esse compromisso é um valor inegociável há mais de 20 anos em que somos parceiros dos catadores”, declarou Lissandra.

Representando a Prefeitura no Fórum de Lixo e Cidadania, o secretário municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento, Ivan Fialho, falou da importância de políticas públicas voltadas a combater a vulnerabilidade social. “Os municípios têm que cumprir prazos e metas. Mas é necessário ter esse cuidado com a inclusão social, com a geração de renda e com as famílias que trabalham como catadoras de materiais recicláveis. Isso é muito importante para a sociedade como um todo, nós fazemos parte de um todo e é necessário que todos contribuam”, disse Ivan.

Foto do público presente à abertura do Fórum de Lixo e Cidadania

Promotora de Justiça e também coordenadora regional de Apoio Comunitário, Inclusão e Mobilização Social no Ministério Público, Samira Rezende lembrou que a profissão dos catadores foi reconhecida na Classificação Brasileira de Ocupações apenas em 2002. Ela citou uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de 2013, que afirma haver cerca de 800 mil catadores de materiais recicláveis no Brasil, responsáveis por cerca de 90% de todo o material reciclável que existe no país.

“Estamos falando de cidadãos, fonte de riqueza e de desenvolvimento social, econômico e cultural. Embora exerçam uma atividade tão benéfica à sociedade e ao meio ambiente, e mesmo com alguns avanços, muitos catadores se encontram em situação de extrema vulnerabilidade social. Isso é decorrência da discriminação do trabalho e no não aceso a diversos direitos fundamentais, especialmente direitos sociais”, avaliou a promotora.

Protagonismo dos catadores no Fórum de Lixo e Cidadania

Para catadores independentes e integrantes de associações, o Fórum Municipal de Lixo e Cidadania é uma oportunidade de reconhecimento e protagonismo, levando suas reivindicações ao poder público. “Esse fórum é muito importante para nós, porque vamos discutir pautas voltadas para os catadores, e muitas vezes nós somos invisíveis. Agora, de alguns anos para cá, é que estamos aparecendo e mostrando nosso trabalho”, frisou Keila Alves da Rocha, Integrante da Associação de Catadores de Resíduos Sólidos Reciclando Hoje por um Futuro Melhor (Ascarf) e aluna de Pedagogia na UNIVALE.

Representando catadores independentes no Fórum de Lixo e Cidadania, Suelen Cristina destacou que a categoria cumpre um papel importante, ao trabalhar com sustentabilidade. “O que fazemos no lixão é reciclar o que para muitos já não tem valor. Somos famílias, com pais e mães, e também somos empreendedores. Minha filha está fazendo faculdade, não deixou de estudar e de trabalhar, ela recicla e está esperando o futuro melhor dela. Queremos que neste fórum os catadores do lixão tenham voz, a gente precisa ser ouvido”, afirmou Suelen.

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