A Brazilian Studies Association (Brasa) é composta por um grupo interdisciplinar de acadêmicos que promovem estudos sobre o Brasil em diversas áreas, com destaque às ciências humanas e sociais. Realizado pela entidade a cada dois anos, a edição mais recente do Congresso de Estudos Brasileiros aconteceu entre os dias 3 e 6 de abril deste ano, na San Diego State University, em San Diego, no estado norte-americano da Califórnia. A UNIVALE foi representada com a participação da mestranda em Gestão Integrada do Território (GIT), Ananda Moura.
A pesquisa de Ananda no GIT, sobre o recorte étnico-racial na relação do saber entre jovens adolescentes em conflito com a lei, está ligada ao Núcleo Interdisciplinar de Educação, Saúde e Direitos (Niesd). Ela avalia que a experiência de acompanhar um congresso no exterior sobre o Brasil pode enriquecer muito o estudo realizado no mestrado da UNIVALE.
“É um congresso interdisciplinar com discussões sobre vários temas relacionados ao Brasil, incluindo reforma agrária, racismo e posicionamento da mulher no mercado de trabalho. O Congresso da Brasa foi bem diversificado, com pesquisadores do mundo inteiro, e bilíngue, com muitos debates em português mesmo. Acompanhei as discussões com o recorte do racismo que, embora seja um assunto muito falado, ainda é pobre em material para estudar. A participação no congresso foi muito boa para o recorte da minha pesquisa, consegui ampliar minha visão e fiz muito networking, com troca de informações”, disse Ananda.
A experiência de discutir questões brasileiras no Congresso da Brasa também com o olhar de pesquisadores estrangeiros, para a mestranda, contribuiu para perceber novas perspectivas sobre o debate étnico-racial, comparando como o tema é abordado fora do país.
“A gente não consegue ver as leis sendo aplicadas como deveriam ser. Deveria ser um direito natural, e não algo que precisasse ser cobrado. Tive uma visão completamente diferente dos Estados Unidos, fiquei surpresa com a importância que eles dão ao tema. As pessoas precisam entender, e tem que ter voz mesmo. Participar do Congresso da Brasa me ajudou a entender que essas coisas não acontecem só agora. Já aconteciam antes, mas hoje isso é mais discutido, e a tendência é aumentar. Isso tem que ser falado”, avaliou.
Formada em Engenharia de Produção e em Matemática, Ananda cursou pós-graduação em Logística Empresarial e tem experiência como professora no Sistema Socioeducativo, onde deu aulas para adolescentes em conflito com a lei. O ingresso no mestrado é o caminho que ela deseja traçar para realizar o objetivo de lecionar no ensino superior. “Aí veio o GIT, que me faz ‘pensar fora da caixinha’. Nosso pensamento vai só se ampliando, aprendendo cada vez mais. O mestrado faz entender melhor como acontece o preconceito, e minha dissertação foi se direcionando para isso, por causa da minha experiência no Sistema Socioeducativo”, afirmou a mestranda.
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