Com graduação e mestrado em Bioquímica pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Camilla Motta trocou a carreira acadêmica e a estabilidade do serviço público pela realização de um antigo sonho: o de se tornar médica. O apoio dos filhos e do marido foi decisivo e hoje, aos 42 anos, Camilla já está no 3º período de Medicina na Univale.
Ela já havia se matriculado em uma faculdade de Medicina quando ainda buscava a primeira graduação. Mas, à época morando em Caratinga, o sonho teve de ser adiado. “Eu já tinha começado a estudar Medicina uma vez, antes mesmo da Bioquímica. Só que aconteceu uma enchente em Caratinga, onde eu morava, que impediu meus pais de continuarem pagando a faculdade. Eles perderam a fonte de renda com essa enchente, aí que fui para a Bioquímica, porque era numa federal”, relembra.
A conclusão do curso superior e do mestrado em Bioquímica levaram Camilla para a carreira acadêmica, e a docência a fez considerar um doutorado na área. Mas, ao formar sua própria família, a aprovação em um concurso público pareceu ser uma escolha mais segura. Após o nascimento da primeira filha, por 12 anos ela trabalhou no Banco do Brasil, até que o incentivo do marido, professor do Departamento de Direito da UFJF-GV, Eder Marques de Azevedo, a encorajou a retomar o antigo sonho e estudar Medicina na Univale.
“Esse sonho para mim já tinha morrido há muito tempo. Até que um dia, conversando com uma amiga e com meu marido, que já tinha até concluído o pós-doutorado dele e não tinha mais o que estudar, ele falou: ‘vou focar em você, você que vai estudar, porque sei que o banco não é o que você tem como propósito de vida. Você vai fazer algo que te dê um propósito’”, destacou a estudante.
Camilla conta que foi o esposo quem teve a iniciativa de procurar o curso de Medicina na Univale: “Ele falou isso e achei que era da boca pra fora. Mas ele olhou tudo, foi à Univale ver como era a obtenção de novo título, juntou meus documentos, atualizou meu currículo lattes, e eu passei pela seleção”.
A estudante tem aproveitado o retorno à vida universitária. Camilla Motta é monitora da disciplina de Bioquímica e também faz parte da Liga de Genética Médica. Ela elogia a Univale pela estrutura disponibilizada para o curso e pelos professores, que também têm demonstrado apoio.
“Hoje eu me sinto realizada. A Medicina, para mim, é um sonho que renasceu. É algo maravilhoso que aconteceu depois de uma família formada, três filhos. E fazer essa transição de carreira aos 42 anos não é algo fácil. Eu tenho uma criança de três anos, não é fácil com criança em casa, principalmente para cursar algo tão exigente. Mas tenho muito apoio da minha família. Meus filhos me ajudam muito, são compreensivos com minha ausência. Meu marido me dá um suporte inacreditável. É algo que hoje, para mim, é realização de um sonho e cumprimento de um propósito de vida”, avalia a aluna.
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